O senhor e a Lanterna de plástico
João Pessoa, sexta-feira, 25 de setembro de 2004.
- Lembrei de uma história que talvez você gostará de 'ouvir'. Pelo menos, ela mostra um lado bonito meu ;)
- Domorei um pouco para lembra-la, pois eu já havia esquecido disso. Só depois de refazer os fatos mentalmente, que lembrei da história completa. Acho que faz um pouco mais de um ano que aconteceu:
- Eu estava na universidade, na fila para fazer a carteira de estudante. Eu tinha apenas o dinheiro contado [suficiente] para pagar pela carteira (R$ 10,00). Entaum eu lembro deste senhor, que aparentava ter a mesma idade do meu pai [uns 50 anos], ele estava vendendo uns celular de plástico.
- Ele estava oferecendo e mostrando o produto para várias pessoas, mas nao vi ninguém comprando. Entaum ele se dirigiu a uma moça que estava ao meu lado na fila. Ela rapidamente acenou um Não, com a cabeça, demonstrando que não queria comprar nada.
- O senhor começou a demonstrar o produto para a moça, que já havia recusado apenas com uma rápida olhada. Ele estava vendendo uma lanterna no formato de um celuluar [de plástico]. Quando abria o visor, a luz acendia. Ele entaum falava o quanto o produto poderia ser útil e nas inúmeras ocasiões que poderia nos ajudar.
- No entanto, enquanto ele falava isso a moça que já havia assinalado que nao tinha interesse, sem nem escuta-lo, simplesmente virou o rosto, deixando-o falando sozinho. Ele continuou a falar por um tempo, mesmo ela não dando atençao para ele. Em seguida, ele veio oferecer a mim.
- Eu já havia escutado ele falar, e disse: 'eu não tenho dinheiro aqui, mas se eu tivesse eu compraria'. Ele entaum continuou a falar um pouco mais, como se não acreditasse na minha resposta, entaum eu falei novamente: 'eu realmente só estou com o dinheiro da carteira de estudante, se eu tivesse mais eu compraria'. (Ele estava vendendo a lanterna por R$ 5,00)
- Depois ele continuou a oferecer e demonstrar para outras pessoas. E eu continuei na fila para fazer minha carteira de estudante. Depois eu fui no banco e saquei R$ 10,00 para não ficar liso. Quando eu estava saindo do banco, colocando o dinheiro na carteira, ele estava descendo umas escadas, me avistou e tornou a oferecer.
- -Eu faço por R$ 4,00 - disse ele.
- Eu então peguei o dinheiro, sorri para ele e disse:
- -Me faz por R$ 5,00 mesmo.
- Muito mais importante que a gente dar dinheiro a alguém, é dar esperança; renovar o espírito deles; as vezes, uma simples atençao, já faz o serviço.
- Naquele momento, o senhor agradeceu e desabafou o quanto estava sendo difícil criar os filhos, pois estava desempregado. Escutei atentamente enquanto falava comigo. Depois tornou a agradecer e nos despedimos.
Eu não tinha interesse algum na Lanterna.
3 Comments:
Vc é realmente especial, Edu.
Vc não tem idéia de como fiquei tocada ao ler seu post.
Bjs, bjs e bjs.
Andréa
Seu blog tá massa meu.. gostei
Bjsssssss Si
Meu amor por essas e outras tantas é que te amo cada vez mais,de admiro muito,você é fascinante, bjs.
Walmyra
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